A mulher de Potifar na época das Redes Sociais

 





Tempos de redes sociais, época que mais cresceram as denúncias e notícias de graves crimes cometidos entre casais casados, namorados ou pessoas que tiveram relacionamentos curtos ou até mesmo familiares. Toda semana um novo caso vem à tona.


No primeiro semestre de 2022, a central de atendimento do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) registrou 31.398 denúncias e 169.676 violações envolvendo a violência doméstica contra as mulheres, segundo dados oficiais. 


Esses crimes geram uma verdadeira mobilização nacional e internacional contra paradigma de "dominação", violência, proliferando o sentimento de injustiça e comoção instantânea. Ao serem divulgados pela mídia e nas redes sociais, são compartilhados de forma voraz e irreversível. Uma vez na web, sempre na web.  Na maioria das vezes, sequer a fonte é conferida e a fake news já virou o  assunto do dia. 


E onde a história bíblica de Potifar entra neste contexto?


Potifar foi um personagem bíblico marcante, um general do exército do Egito e do Faraó. Foi casado com uma mulher de índole duvidosa, história retratada na Bíblia em Gênesis 39. 


Potifar comprou José de próprios irmãos, o fez de mordomo da casa principal e rapidamente o encarregou de todos os assuntos de suas propriedades, tornando-o um servo de sua extrema confiança. 


A mulher de Potifar, atraída pelo escravo José,  pediu que ele se deitasse com ela. José recusou o convite inúmeras vezes, contrariando a vontade e desejo da obstinada senhora.


 A esposa de Potifar era daquelas mulheres que nunca se contentam, tinha tudo de bom e do melhor, mas não bastava, sempre queria mais e mais.


Ao sentir-se  rejeitada por um mero escravo, a mulher de Potifar  por vingança arquitetou um plano  para eliminar o escravo.


 Certo dia em que estavam sozinhos na casa principal,  ele foi agarrado e teve suas vestes arrancadas por ela, que começou a gritar e pedir por socorro. 


Aproveitou que tinha conseguido ficar com as vestes de José e lançou uma falsa acusação contra ele,  inverteu toda a situação:  Disse que havia sido José quem tentou se deitar à força, traindo a confiança de Potifar ao não respeitá-la como a esposa de seu senhor.


Quando Potifar retornou, sua mulher contou-lhe a mentira e ordenou que José fosse punido. Então José foi preso por alguns anos (por um crime que na verdade jamais cometeu).


A Síndrome da Mulher de Potifar 


Trazendo esta história para os dias atuais, as falsas acusações de violência, calúnias, difamação e a "inversão da história", recebeu o nome de Síndrome da Mulher de Potifar. Quem não lembra do caso do jogador Neymar em junho de 2019 em Paris?


 O julgamento, a condenação imediata,  busca por ascensão social e vingança cresce de forma alarmante na sociedade moderna, especialmente nas redes sociais, onde as pessoas acreditam na primeira coisa postada sem pensar se é verdade ou fake news. 


Em tempos de redes sociais, por trás das @ e #, a sensação de impunidade trazida pela internet agrava esse cenário teatral, alimentando os sentimentos negativos causados por uma rejeição ou a ganância por  "likes", mais seguidores e 15 minutos de fama. 


Observa-se o crescimento preocupante de mulheres fazendo valer a Lei Maria da Penha com má-fé, para caluniar, denunciar falsamente  seus desafetos. Vale lembrar que a denúncia registrada na delegacia é suficiente para a instauração do inquérito policial, em qualquer modalidade de violência doméstica e familiar contra a mulher, estabelecidas na Lei 11.340/2006.


O grande mal disso é que as mulheres que realmente precisam de medida protetiva ou de outros instrumentos de defesa no âmbito familiar, são descreditadas, menosprezadas ou até ignoradas, por conta dessas outras mulheres que fazem a Síndrome da Mulher de Potifar alvo de discussões na vida real e atual. 


E não só, na prática da defesa de ex-companheiros, observo que a maioria das calúnias, difamação, acusações absurdas e vinganças (especialmente financeiras), vêm das mulheres. Afirmo isso comprovadamente no campo de batalha em demandas de divórcio internacional e partilhas há mais de 15 anos. 


Sim, existem ex-companheiros abusivos  e de má-índole, porém suas ex-companheiras não entram em disputa judicial "só de raiva", mas sim porque tiveram de fato seus direitos esfacelados. 


Cabe ao profissional de direito "captar" diante de qual situação está operando com bom senso para orientar da melhor forma possível o acusado(a) e o acusador (a).


Fica a reflexão:  O que representa em nossos dias a mulher de Potifar?



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Imagem: Lazzaro Baldi




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